segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Não resisto à tua cor

Não resisto à tua cor...
Danças-me no cinza
Deitas-te no preto
Tinge-me um sentimento
Que indisponível
É frágil e incerto.
É um perseguidor
Esse tal vil e só amor.
Um passo encoberto,
Nuvens de frieza
Congelam-te os pés.
Mas não te resiste
Esse tal vil e só amor
Que na cinza se queima
Em dor
E cega esse teu
Sexto sentido.
Traidor,
Esse fingido que se acha
E chama amor
E enfim nem pinta
Só assombra na tua tela.
É outro borrão que ardeu
Num segundo de estrela em vela
Num cinza que fugiu para o preto
E se desfez em aguarela.
Clara Godinho